Ano Novo em África: conheça algumas tradições de diferentes
países
O costume muda de acordo com a religião de cada país do
continente africano, dividido entre cristãos, mulçumanos, indígenas e iorubás
O Ano Novo é comemorado de maneira diferente do costume
brasileiro em alguns países do continente africano, composto por 54 Estados
(membros da União Africana - UA) e com mais de 800 milhões de pessoas. As
comemorações, normalmente, seguem a religião predominante de cada país da
África, composta por 40% da população cristã (14,5% de católicos), outros 40%
muçulmana, enquanto adeptos de religiões indígenas e tradicionais iorubás
constituem 20% da população.
Além da tradicional queima de fogos, na África do Sul, com
mais de 60% da população cristã, por exemplo, as pessoas dão boas-vindas ao ano
novo arremessando móveis e eletrodomésticos nas ruas. O ritual sul-africano
representa um símbolo de renovação para que as energias da casa sejam mudadas.
Para quem procura festas na região, em Cabo da Boa
Esperança, a chegada do novo ano é comemorada com desfiles, como um tipo de
Carnaval, no dia 2 de janeiro. A data se deve à libertação dos escravizados no
país, em 1830.
Já o Ano Novo etíope não é comemorado no dia 1º de janeiro,
e sim em 11 de setembro (ou 12, nos anos bissextos), data que marca o início
das celebrações do Ekutatash, o ano novo do calendário etíope. O nome significa
literalmente "presente de jóias", e vem do retorno da rainha do Sabá
à Etiópia após visitar o rei Salomão.
A data coincide com o fim da época de chuvas e início das
colheitas, mas também é associada à cor amarela das flores que costumam se
abrir na região nesse período. Além de ser feriado, a data é marcada por
celebrações e banquetes entre amigos e parentes.
Islamismo na África
Países como República Islâmica da Mauritânia, República
Islâmica da Somália, Zanzibar Gâmbia e Senegal são majoritariamente islâmicos,
portanto, sua tradição de ano novo se chama Al Hijiri.
A data em relação ao calendário ocidental varia, já que o
ano no calendário islâmico tem 354 ou 355 dias. O calendário lunar islâmico
começa a contar a partir do ano 622, quando Maomé e seus seguidores foram de
Mecca para Medina, onde criaram a primeira comunidade islâmica.
Essa migração é chamada de Hégira, do árabe
"hjira", que significa algo como "separação". A data não é
feriado em todos os países de maioria islâmica, e é normalmente vista como uma
celebração mais introspectiva, como um período de jejum e reflexão.
Cultura iorubá
O calendário tradicional iorubá (Cojodá) tem uma semana de
quatro dias e 91 semanas no ano. O ano iorubá vai desde 03 de junho de um ano
do calendário gregoriano a 2 de junho do ano seguinte. Logo, o Ano Novo para
essa cultura é comemorado de forma diferente na África ocidental, a sudoeste da
Nigéria, no Daomé e no Togo.
O costume inclui um ritual para celebrar o ano novo em
julho, plantando uma muda de árvore de obi (Cola acuminata). E os iniciados na
religião iorubá vão até os templos e assistem pessoalmente ao momento em que é
descoberto o odu (destino) do ano novo, sinal dado pelo oráculo do jogo de
búzios.
Com o novo odu, os adeptos terão um conjunto de tabus para
respeitar, oferendas a serem realizadas e demais recomendações para que as
divindades do panteão africano os ajude a ter vida longa, prosperidade, filhos
aos que desejam, paz e muitas outras coisas boas que a experiência terrena pode
trazer.
A comemoração visa a paz interior e do mundo, sabedoria para
saber lidar com os desafios da vida, prosperidade e sensibilização dos
governantes contra guerras, para soluções eficazes às mudanças climáticas,
contra a xenofobia e todos os sentimentos ruins que atrapalham a evolução
coletiva.
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